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    Construir maturidade

    Quanto mais velhos ficamos, mais percebemos que nosso projeto de vida é sempre uma aventura e um caminho de felicidade, embora repleto de provações e de obstáculos.
    No avanço da idade, implicações e desafios se apresentam em nossa vida, muitas vezes carregados de angústias. De um lado, valorizamos as condições de segurança e as garantias que podemos desfrutar em nível profissional, social e espiritual. Por outro lado, percebemos que nossas energias intelectuais, físicas, sexuais e psicomotoras assumem um aspecto diferente e alcançam uma maturidade que nos permite maior eficiência nas diferentes atividades da vida.
    Apesar de nossas limitações, frustações, apreensões e possíveis deficiências... apesar de a nossa casa estar exposta ao risco de perder pouco a pouco a animação, uma serenidade pode tomar conta da gente quanto revisitamos um passado rico em colheitas e consolações. Extraímos da nossa fé, da nossa vida conjugal e familiar, e das nossas amizades construídas ao longo dos anos, conforto, esperança e tranquilidade.
    No livro “A imaturidade da idade adulta”, J. P. Boutinet fala das sessões de treinamento para adultos que ele animou e percebeu o quanto essas pessoas “adultas” escondiam sob sua aparência tranquila, a fragilidade, perplexidade e vários aspectos infantis. Se lançarmos um olhar sobre nossas hostilidades, ideias fixas, raivas mal geridas, culpas, percebemos o quanto a vida em crescimento passa por campos minados: fraquezas humanas, feridas, cicatrizes, quedas. Então, aquele que não caiu nunca será levantado, aquele que nunca é sujo nunca será limpo. Pessoas honestas não se levantam com a graça. O esforço pessoal constrói a nossa vida.
    A Palavra de Deus, o Evangelho, revela um Deus que tem uma paixão e uma compaixão pela fraqueza e um amor imenso e terno pelos doentes, pobres, aqueles que a vida tem castigado. Deus somente é severo em relação à autossuficiência daqueles que se acham “perfeitos”. O crescimento espiritual e humano passa pelas fraturas, machucaduras e fragilidades, mas exige um olhar e uma conversão interna, diária. Pensemos nisso!
    Paulo Poletto

     
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