Pe. Caffarel, mentor do Movimento das Equipes de Nossa Senhora, num certo momento fez uma reflexão com os casais participantes de um retiro. “Cada hora tem 4 quartos, ou seja, num dia são 96 quartos de hora. Pediu para cada um contar como distribuía seu tempo durante o dia: horas de sono, de trabalho (profissional ou doméstico), de refeições, de deslocamentos, de leitura de jornal etc. E, por fim, o tempo dedicado à oração. Pediu para comparar o tempo que era dedicado a cada uma destas atividades diárias.” Somos movidos, principalmente, por estímulos rotineiros, seguindo quase sempre o mesmo padrão, sem muito levar em conta o tempo, importância ou resultados. Isto chamamos, habitualmente, de rotina, de acomodação. Todos nós temos atividades principais, que tomam o maior tempo, sejam
elas profissionais, domésticas ou da comunidade. E, mais, não costumamos usar medidas para cada ação. “Se estas atividades são necessárias e vitais, a oração não
o é?” De fato, a vida nos foi dada gratuitamente por Deus, por amor, e facilmente esquecemos de agradecer este gesto tão bonito: a vida. A oração nos faz ver a vida com outros olhos, onde a maldade é superada pelo bem. Mesmo assim são meios que nos ajudam na construção de nossas vidas. O mal nos faz meditar para a mudança e sermos melhores. Como humanos concluímos com rapidez: rezar não é só para santos? Um santo não é, acima de tudo, como muitas pessoas imaginam, um campeão que realiza proezas de virtude, façanhas espirituais. É, sobretudo, um homem seduzido por Deus. E que entrega a Deus toda a sua vida. O Papa Francisco, nos lembra
que podemos ser santos nas nossas profissões, no exercício do ser pai/mãe/filho. Deus presente, a vida se torna mais leve, e o jugo mais suave. Santa Tereza de Ávila, define a oração como “uma relação íntima de amizade, permanecendo muitas vezes a sós com Quem sabemos que nos ama”. Como pais, como família, qual o lugar que ocupa, diariamente, a oração? Já experimentamos o toque de Deus na nossa vida? “Não há fé sem obras!” Quantas pessoas, feitos à imagem e semelhança de Deus, nossos irmãos, portanto, que estão à espera de uma ajuda, de uma prece, de um abraço, mesmo virtual. Mês de agosto, mês das vocações, mês da Semana Nacional
da Família, seja este o momento de mudança, de abrir nossos olhos e ver o mundo de outro viés. Todos precisamos de uns dos outros. Pensemos nisto.
Paulo Poletto