Em tempos de ódios terceirizados é bom pensar sobre o poder de agir. Reconhecer que cada ação evidencia as debilidades na forma ver, sentir e pensar o mundo. A realidade é complexa, mas podemos, aos poucos, fazer a diferença com nossas ações na família, comunidade, trabalho e na sociedade.
Todo ser humano se constrói a partir das ações, que se tornam hábitos, vão evidenciando valores e sintetizam a existência em virtudes. Talvez esta seja uma abordagem que se possa dizer: caminho para a santidade. Legado que transforma o testemunho em modelo, para que outros possam se motivar e transcender. Somos de uma época em que os pais e avós nos recomendavam a postura de pensarmos antes de agir. “Pense três vezes antes de fazer besteira”. Com algumas variações, era uma motivação para refletir, ponderar, prever consequências; encontrar outras saídas; tomar decisões serenas que evitassem maiores problemas. Base para o exercício da prudência e equidade. Hoje existem evidências sérias que vivemos na pressão. Levamos a dinamicidade da existência no automático. Passamos superficialmente pelos
momentos diários sem saborear as nuances de cada ação. Já não somos capazes de conclusão naquilo em que nos envolvemos. Sem ações carregadas de sentido vamos nos tornando vazios, incompletos e sem conteúdo. Poderá nos faltar o suporte emocional que advém das boas memórias, referências das diferentes fases da existência.
O poder do agir traz em si elementos a priori, que são as crenças, os valores, a visão de mundo e a posteriori que é a revelação das habilidades e competências de envolvimento, engajamento, participação e cooperação. De qualquer forma, podemos inferir sobre o legado, que devemos deixar para enriquecer a experiência humana que como seres espirituais devemos empreender. Em nossas ações estão as estratégias de construção de um mundo melhor. Por quê? Pelo simples fato que nossa missão é estabelecer condições para que todos possam realizar o seu potencial de ser no mundo.
Isaias Pablo Klin Carlotto
